16 de maio de 2017

[Resenha] Tábula Rasa


TÁBULA RASA
Autor: Laplace Cavalcante
Editora: Coerência
Ano: 2017
Páginas: 452


SinopseA disputa insaciável por recursos e poder resultou em uma guerra atômica que mudou a face da Terra e quase extinguiu a raça humana, seus últimos sobreviventes estão refugiados em uma base militar sob uma montanha. Despertando nesse mundo pós-apocalíptico, depois de ter sido resgatado, David precisa lidar com sua nova realidade, enquanto tenta resgatar vestígios de seu passado, do qual nada recorda. Não leva muito tempo para ele descobrir que a vida limitada que o subterrâneo proporciona e a impossibilidade de regressar à superfície, devido à radiação, são os menores problemas de todos ali. Por algum motivo, todos os sobreviventes são inférteis, e não importa o quanto tentem melhorar as suas vidas, de nada adiantará se não conseguirem reverter esse problema. A humanidade não está livre da extinção.





Anteriormente fui convidado a realizar as primeiras impressões da obra de Laplace Cavalcanti, e pude ter a grata surpresa de me sentir instigado pelo mistério das primeiras cenas descritas pelo autor.

Hoje, após terminar a leitura do texto completo, venho trazer a resenha e minhas percepções sobre esse novo autor, que tive o prazer de conhecer por meio de um mundo modificado no qual ele nos permite devanear.

Tudo começa com o despertar de David, que se sente como num sonho ruim, onde o pesadelo tem um efeito sufocante. Mas a situação se mostra mais real que isso, já que ele percebe um líquido viscoso se esvair ao seu redor, escoando pelo piso e lhe devolvendo a possibilidade da condição respiratória, irrevogável à vida.

Seus pulmões tentam se adaptar ao movimento natural e involuntário que o organismo humano exerce. Sem entender o que estava acontecendo, o porquê de estar ali ou como chegara àquele local, ele simplesmente apenas tentava recuperar suas funções básicas antes de qualquer coisa.

Quando sua condição lhe permitiu um raciocínio mais claro, pôde notar as pessoas ao seu redor e passou a indagar sobre sua condição naquele momento. As pessoas que estavam presentes naquela pequena sala lhe foram apresentadas, como o médico Dr. Rogers, o capitão Donald Cooper e a diretora Elizabeth.

David teve alguma dificuldade ao ter que responder à primeira pergunta da diretora Elizabeth, que indagou qual era seu nome. Buscando em sua memória o rapaz conseguiu lembrar-se que era David Mckay, e mais nada surgiu sobre sua origem.



Aos poucos, o recém chegado àquele local chamado de Cofre, passou a ser introduzido na rotina do ambiente. Os administradores revelaram para David que houve uma guerra há dez anos, que saiu do controle e armas nucleares foram utilizadas, inviabilizando a vida na superfície.

O rapaz acha estranho sua falta de memória sobre o passado, mas também lhe explicam que se trata das seqüelas pela exposição à radiação. A diretora revela que ele fora resgatado da superfície e posto naquele líquido, no qual acordou, para desintoxicação. E que suas memórias poderiam retornar aos poucos, com o tratamento disponível no cofre.

Com sua recuperação física, ele passa a fazer parte das atividades do local, integrando a equipe de construtores. Também conhece Emma, uma garota ruiva, que a princípio chama sua atenção pela beleza e tristeza que transmite. Demora certo tempo até os dois se entenderem, mas a insistência e gentileza do rapaz acabam por conquistá-la.

Eles se apaixonam e passam a namorar. Tudo parece correr bem, na medida do possível, tendo em vista a situação restritiva em que se vêem obrigados a viver, mas o apoio mútuo serve de esteio aos dois, para que os dias fiquem mais leves no Cofre.

No entanto a infelicidade passa a rondá-los, quando surgem sinais que Emma está doente. E para a tristeza de David sua amada falece, sendo este mais um duro golpe do destino para superar.

O tempo passa e com o apoio dos amigos que fez, e da psicóloga do Cofre, David retorna às suas atividades habituais. O trabalho dos construtores é muito importante para os administradores do local e ele entende isso.


É anunciada à população do Cofre, assim como ocorreu quando ele foi resgatado, a chegada de mais algumas pessoas encontradas na superfície. Ele foi, na época em questão, assim que se recuperou, apresentado formalmente pela diretora com a presença de todos os moradores.

Muitos estavam, de certa forma, ansiosos para conhecer a história desses novos moradores, mas tamanha foi a surpresa de David ao ver no palco sua amada Emma, agora apresentada como Audrey. Imediatamente ele avançou ao seu encontro, mas ela o estranhou completamente, não o reconhecendo como o namorado de antes. A situação passa a ser ainda mais misteriosa quando ele percebe que, afora ele, ninguém mais se lembra de ter conhecido Emma.

Quando pude ler os primeiros capítulos desse livro já me despertou a curiosidade pelo que ocorreria, que lugar seria aquele onde David surgiu, enfim, houve o desejo de continuar, mas eu só tinha os primeiros capítulos em mãos. Com o texto completo nada mudou, pelo contrário, foram surgindo mais pontos enigmáticos com um suspense bem interessante e uma dose adequada de romance.

Do início ao fim existem tensões e elucidações, numa história de dinâmica eficaz para prender o leitor. Como tônica das distopias podemos, nessa também, notar as semelhanças e alusões com a sociedade real, onde se subjuga uma classe para o privilégio de outra. Também há as disputas pelo poder e as exacerbadas vaidades postas em alguns personagens.

No geral a obra me agradou bastante. Encontrei no decorrer do texto algumas palavras um pouco fora de contexto ou com a concordância inadequada, no entanto não comprometem o entendimento, nem tiram o brilho da escrita do autor; ao qual parabenizo por encontrar um bom equilíbrio em um tema com grande oferta de escritores se aventurando.


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8 comentários:

  1. Olá!
    Gostei da resenha :) Não conhecia o autor nem a obra, devo confessar que distopias não são livros que me interessem tanto (eu tenho alguma coisa com ficção científica que não sei explicar), mas gostei desses pontos enigmáticos que você cita (ain, eu amo um mistério rsrs). Vou adicionar à minha lista do skoob.
    Beijocas!

    http://ultimasfolhasdooutono.blogspot.com.br/

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  2. Olá, tudo bem?

    Achei meio complicado entender tanto a história quanto a resenha. Distopias e fantasias são mesmo mais complicados de entender, de mexer comigo. Isso apesar de ser uma leitora de ficção científica.

    Acho que não é um livro que sinta vontade de ler no momento.

    bjss

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  3. Olá, tudo bem? Parece ser uma história bem complexa, mas confesso que o enredo me lembrou algum outro com tema parece (me fugiu agora o nome). Não são histórias que leio muito, porém algumas me despertam o interesse e essa é uma delas. Super dica anotada! Espero também adorar e ficar instigada pelos mistérios. Adorei <3
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com.br/

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  4. Oi, Júnior! A história parece ser muito interessante, confesso que fiquei indignada com a morte da Emma haha e agora estou tão confusa quanto o David, pela Audrey ser parecida com sua amada e por ninguém se lembrar dela. Estou louca para desvendar o mistério que envolve o Cofre e os seus habitantes. Sua resenha está ótima! Obrigada pela dica, já vou adicionar esse livro à minha lista com certeza. Bjss!

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  5. Olá! Gostei das fotos, ficaram bem legais. A premissa é bem interessante, deu para perceber que há um mistério na história, ou voc~e deixou a resenha misteriosa? Só sei que atiçou minha curiosidade, curto bastante o gênero e acho que vou gostar bastante, abraços!

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  6. Olá
    O livro parece bem complexo me lembrou um pouco Silo, um livro que quero muito ler, e mesmo com essa dose de romace que não me animou muito, eu com certeza daria uma chance para a leitura sim, dica anotada

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  7. Oi, Junior
    Gosto muito de distopias e faz tempo que não leio uma. Gosto do gênero justamente por essas comparações com nossa atualidade. Parece que o livro traz um enredo bacana nesse sentido. Gostei muito da dica, ainda não conhecia a obra.

    Blog Livros, vamos devorá-los

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  8. Oi.... Não conhecia, nas esse negócio de ser resgatado e colocado num cofre me pareceu Maze Runner meio misturado com o filme A Ilha..... É legal e tal, mas sei lá, apesar de gostar do gênero, não me senti tentada a ler....

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