27 de dezembro de 2017

[Resenha] As Fúrias Invisíveis do Coração


AS FÚRIAS INVISÍVEIS DO CORAÇÃO
Autor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 536

Livro cedido em parceria com a editora


SinopseCyril Avery não é um Avery de verdade ou, pelo menos, é o que seus pais adotivos lhe dizem. E ele nunca será. Mas se não é um Avery, então quem é ele? Nascido nos anos 1940, filho de uma jovem solteira expulsa de sua comunidade e criado por uma família rica irlandesa, Cyril passará a vida inteira à mercê da sorte e da coincidência, tentando descobrir de onde veio — e, ao longo de muitos anos, lutará para encontrar uma identidade, uma casa, um país e muito mais. Além das incertezas de sua origem, ele tem de enfrentar outro dilema: é gay numa sociedade que não admite sua orientação sexual. Autor do best-seller O menino do pijama listrado, John Boyne nos apresenta à sua maior empreitada literária até então, construindo uma saga arrebatadora sobre aceitar-se e ser aceito num mundo que pode ser cruelmente hostil. Uma leitura necessária para os dias de hoje, que reitera o poder do amor, da esperança e da tolerância.




Olá!!

E aqui estou eu novamente com a resenha de um autor que gosto muito. 

Este livro foi uma experiência diferente com os livros do Boyne e eu gostaria de dividir minhas impressões.

O livro gira em torno da vida de Cyril, desde seu nascimento em 1945 até os dias de hoje, na conservadora Irlanda do Norte. 




Logo no início da leitura já nos deparamos com as dificuldades que viriam pela frente. A mãe de Cyril, Catherine, uma jovem de 16 anos, engravida e é expulsa pelo padre da paróquia do vilarejo onde morava.

Sem saída, ela parte para Dublin, onde pretende trabalhar até dar a luz e depois colocar o filho para adoção. E assim, enfrentando várias dificuldades pelo caminho, ela cumpri com seus planos.

Cyril é adotado por Charles e Maude, um banqueiro e uma escritora. Apesar de todo conforto e boa educação, o casal sempre fez questão de deixar claro ao menino sua situação de adotado e de não fazer parte da família Avery.

Mesmo vivendo em um lar pouco amoroso, Cyril segue em frente. Até que, aos 7 anos, ele conhece Julian, que viria a se tornar seu melhor amigo. Só que, Cyril percebe que existe algo mais de sua parte, o que acaba se confirmando mais para frente, quando ele se descobre gay. 

A partir daí, Cyril irá travar uma luta intensa consigo mesmo, tentando calar seus desejos dentro de um país absurdamente irredutível nessas questões. Ele passa a viver de forma camuflada, se expondo a todos perigos e doenças, nessa batalha contra sua verdadeira natureza.


"...Precisava voltar para casa, não tinha por que ficar lá. Uma coisa era certa: aquilo tinha sido o fim. Não haveria mais homens, não haveria mais garotos. Só mulheres dali por diante. Eu ia ser como todo mundo. Eu ia ser um cara normal nem que isso me matasse."

A história aborda a homossexualidade de forma séria, brutal e por vezes tenta dar um toque mais leve em alguns pontos, apesar de toda mostra de preconceitos passados por Cyril e muitos outros. 




Os personagens são muito bem construídos, sobretudo Cyril e sua mãe Catherine. Dois personagens na contramão de uma cultura fechada e fortes o suficiente para enfrentá-la.


"Nada nunca vai mudar naquele país de merda. A Irlanda é um lugarzinho atrasado comandado por padres desalmados, mal-intencionados e sádicos e um governo tão subserviente àbatina que praticamente é levado por aí de coleira."

Temas como bullying, AIDS, relações abusivas também são retratados durante o enredo, proporcionando cenas fortíssimas de arrasar o coração, e claro, reflexão.

Essa foi de longe uma leitura diferente para mim dentro do que já tinha lido do autor e com certeza, uma verdadeira experiência.

A escrita do autor é impecável, com um fundo histórico muito bem descrito. 

A edição está linda e a capa é perfeita!

Se recomendo? Claro!!!!



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2 comentários:

  1. John Boyne sempre com uma crítica social incrível! Nunca li essa obra mas só escuto elogios sobre ela. Ótima resenha, beijos!

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  2. Oi Fer,eu nunca li nada do autor, mas falam tão bem do Menino do pijama listrado, que coloquei em minha lista de espera. Esse provavelmente também entrará, pois estou começando a gostar desse tipo de leitura. Bjks!
    Hanna Carolina

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